sexta-feira, setembro 13, 2013

Quebrando o gelo em terras cariocas.

E você dorme no Rio, cidade tropicalmente maravilhosa e 'bonita por natureza' e acorda na Escandinávia. O que fazer?
Essa semana percebi mais uma diferença entre São Paulo e Rio de Janeiro: São Paulo acolhe a solitude, o Rio abraça, confraterniza, tudo sempre ao ar livre. São Paulo é a cidade dos espaços, dos eventos entre quatro paredes.
Morando em São Paulo você tem uma gama de coisas legais pra fazer sozinho. Já no Rio você tem a praia. E ir sozinho não é tão legal, a menos que você vá correr, pedalar ou hibernar. Mas eu acordei num frio de casaco e cachecol e fui explorar.
O meu local preferido em Botafogo é a Livraria Prefácio. É uma livraria que junta no mesmo espaço tudo que eu mais gosto: um bom café, comidinhas, livros e boa música! Só não tem o melhor atendimento do mundo, tá todo mundo sempre muito de mal com a vida. Mas vá lá, isso ainda vai gerar muito assunto.
O grande lance de lá são as bebidas (até a segunda página). O espresso é sempre mecanicamente muito bem preparado. Se você parar no bar e pedir um espresso vai entender o mecanicamente.
Vale pedir o capuccino e o Chai Latte também. O barista faz tudo numa destreza incrível, não da pra entender o mau humor do sujeito.
Para comer, eles tem uns croissants vegetarianos muito bons. De sobremesa veio um petit gateau bem apresentado, com um ganache de encher os olhos. Já pedi 2 vezes, é bom mas nunca vem quente.
A impressão que tive é que a cozinha tem pratos elaborados mas falta mão de obra qualificada. Os pratos vem diferentes e nunca atendem a excelência. Um petit gateau não é um petit gateau se o bolinho não vier quente, e nunca vem.
Enfim, voltando pro bar, eles tem boas opções de cervejas especiais, mas não peça o chopp de trigo pois como a saída é pequena tem grande chance dele vir ruim. Comigo aconteceu 2 vezes.
Enfim os coquetéis. Pedi um whisky sour, não tinha NINGUÉM no lugar que soubesse fazer qualquer cocktail que fosse. Eles têm uma ficha técnica de 2009 lá, feita a mão por um dos funcionários que, na época, fez um curso livre de bartender para aprender os clássicos e passar para os demais.
O bartender tentou reproduzir o que dizia na ficha técnica que era 25ml de gin/whisky/vodka/pisco/rum. Dai quando ele pegou a taça que eu entendi os '25ml', era uma dry mini de sobremesa, com capacidade pra 50ml. Ou seja, tem um bar incrível no recinto, mas não tem coquetéis! Desisti, antes que ele colocasse 25ml de cada destilado descrito conforme já havia considerado.
A impressão que eu tenho do Rio é que há lugares incríveis, com um potencial enorme. Mas a padronização deixa muito a desejar. Eu absolutamente amaria se aquele bar funcionasse como tal. Seria palco para grandes idéias, mas não há 'iluminação' suficiente que me sustente por muito tempo ali, mesmo que com boa música, bons livros e um bom café. Os alcoóis tem seu papel importante quando o assunto é sublimar e ai eu levanto e vou em busca de um próximo local preferido que atenda a essa necessidade.
Por ora, continuo meu estudo dirigido aqui.