terça-feira, novembro 27, 2012

Vamos Lapidar?




Acontece amanhã, 27/nov, a primeira Edição do Mentes Brilhantes, promovido pelo portal Mixology News. O evento tem como iniciativa difundir a coquetelaria e abordar assuntos da área através de especialistas e renomados e contará com figuras antigas e novas da coquetelaria. É o conhecimento compartilhado ganhando espaço além da rede. 

Este dia promete ser um Marco importante para a cena nacional. Acredito que seja o passo inicial para que as mentes se abram para o conhecimento compartilhado. 
Conhecimento não ocupa espaço galera!


Exposição #travellingmartinis por Alexandre D'Agostino


O evento é gratuito, contará com Workshops, Palestras e Exposições. As vagas estão esgotadas, mas todo o conteúdo será filmado e disponibilizado no Vimeo. Fiquem atentos ao Mixology News.


"Nossa missão é inspirar pessoas a se tornar Mentes Brilhantes."

E então, que tal brilhar no modo hard?





domingo, outubro 07, 2012

Reflexões

Não assisto propaganda eleitoral e não tenho receio algum de dizer isto. No geral não acrescenta em nada. É desgastante, não me mostra o que estou interessada em saber. Promove uma divulgação decepcionante por meios e argumentos sem fundamento e, na melhor das hipóteses, chega a ser cômico. E não é o tipo de riso saudável.

Fenômeno Tiririca. Meu camarada, pode acreditar que pior ainda fica!


Temos várias plataformas de pesquisa para conhecer, estudar, pesquisar, comparar, desacreditar (isto aqui te faz lembrar a campanha de alguém?), achar um absurdo, ler a informação veiculada como divulgação alfa e ter nossa própria interpretação dos fatos.

Isso sim é saudável, isso sim alimenta e desenvolve.







A internet está aí, temos aplicativos, documentos digitalizados, fatos registrados, debates, histórias, versões. Os sites de busca vão além das novelas, marcas, reality shows...tente! O conhecimento sempre agrega. Sempre.

Hoje é o dia que nossa voz vale. E ela tem valor numa frequência bem baixa. Vamos falar alto, juntos. Vamos pensar com a cabeça, até mesmo pq o coração não manda lá muito bem nessas horas.

Você tem um ideal? Ótimo. Mas idéias não viram realidade sem planejamento.

Você tem uma tradição? Isto me faz pensar que na sua cabeça as coisas seguem de forma linear, e não é bem assim. Abra a mente, abra os olhos.

Preciso abrir mão do meu voto sensitivo, para votar consciente.

E para votar consciente devemos ser analíticos, estratégicos. Se um candidato me agrada, mas teve uma campanha totalmente inexpressiva, esqueça. Este não é o momento.

Precisamos compreender que uma boa opção, para ser boa, não basta apenas ser boa de fato. É necessário que seja interessante, expressiva, atraente. E, num geral, as opções ruins o sabem ser com muito afinco.

Precisamos ler as projeções de votos e entender que elas somente caracterizam as nossas escolhas. E EU sei qual a minha escolha, não faz sentido me afetar por uma projeção estratégica que a delibera.

Galera, não transforme sua escolha numa voz inexpressiva. Para escolher falar alto é necessário que antes se tenha um assunto interessante a dizer. De vozes a esmo a cidade está cheia.













segunda-feira, setembro 10, 2012

Indicação Geográfica de Salinas e Afins


Dentro do polígono da seca do Sudene, há pouco mais de 100km da Bahia, encontra-se o município de Salinas, que em 17 de julho de 2012 conquistou o selo de Indicação Geográfica na categoria Indicação de Procedência pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Para saber mais, aqui.

Um pouco antes disto, em 9 de abril do mesmo ano, foi assinado um acordo com o governo dos Estados Unidos de reconhecimento da cachaça como bebida típica e exclusiva do Brasil, em troca do reconhecimento do Bourbon e Tennessee como Whiskey legitimamente americanos. Salinas é a segunda região brasileira a ser reconhecida oficialmente pelo INPI com Indicação de Procedência para produção de cachaça. A primeira foi Paraty.

O título de Indicação Geográfica garante autenticidade ao produto, além de agregar e resguardar valor histórico e de procedência. O reconhecimento do mercado está diretamente ligado a ideia conectiva que teremos do produto, associado a história, identificação e fabricação, como aconteceu com a Tequila no México, ou o Champagne, na França. A Indicação Geográfica está diretamente ligada ao marketing, o que impulsiona o turismo local, e a ideia que associa o lugar ao produto.

As exigências para a Indicação Geográfica são: Dossiê Histórico (em Salinas o modo de fazer é preservado desde 1940), Delimitação da área (2541,99 Km², no caso de Salinas), Caracterização do Produto e Regulamento de uso. A APACS (Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas) pretende divulgar no site toda a documentação relativa a Indicação Geográfica de Salinas.


Para o controle das marcas com o selo de Identificação de Procedência, a APACS  disponibiliza no site uma lista para conferência de autenticidade. Independente de quantas marcas o produtor detenha, precisará de um selo para cada uma delas. E sua revalidação é anual, mediante auditoria. O produtor precisa provar que tem a capacidade de produzir a quantidade de cachaça no processo produtivo pelo regulamento de uso, e se tiver mais produto do que pode produzir, tem que comprovar que foi comprado dentro da área delimitada geograficamente.



Hoje a Universidade Federal de Ouro Preto, em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), trabalham num processo de seleção de leveduras para que Salinas seja classificado como Denominação de Origem (DO), que exige regras de cultivo e processamento mais restritos que para a Indicação de Procedência (IP), além do reconhecimento de valores endafoclimáticos. Até o momento foram descobertos 3 tipos de leveduras características da região, que devem ser estudadas para confirmação de exclusivas do local. Se confirmadas, haverá um processo de estudo para a classificação de Salinas em DO.

A ideia é o diferencial do produto (história, modo de fazer preservado, características de propriedade do local), mas a um preço acessível, atrelado ao consumo consciente.

E por falar em preço, ainda em 2012, e não por acaso, a cachaça de alambique perde o tributo do Simples Nacional, o que contribui para o alto índice de comercialização ilegal da cachaça. O produtor de cachaça de alambique paga cerca de R$2,90 IPI e cerca de 12% ICMS, enquanto o produtor industrial (51, Pitu, Velho Barreiro) paga cerca de R$0,15 por litro. Este é o segundo maior mercado consumidor de bebidas do país, e o IPI e ICMS aplicado pelo produto é muito alto. O que dificulta que chegue a um preço mais acessível ao consumidor, que chega a pagar mais de 80% de imposto sobre o valor final do produto.

Hoje a APACS visa a viabilização da cachaça tributária, mas há um forte apelo estratégico, por conta da resistência da sociedade. Vejam bem, cachaça é um assunto social delicado, ainda pelo conceito pejorativo que o nome carrega. Um projeto de lei que viabilize uma baixa nos impostos, por exemplo, pode ter uma repercussão negativa indesejada. Então o foco é voltar ao tributo do Simples Nacional.


Água de Beber


Com a exposição que o Brasil terá nos próximos anos, aparece uma ótima oportunidade de mostrar nossa cultura, nossa identidade. 
Vamos apostar na culinária e coquetelaria brasileira ou vender Whisky e Carpaccio? Os países referenciais o são por suas particularidades, pela identidade que mantêm. Se não tivermos a nossa nunca seremos referência, apenas reprodutores. 
Está ai uma matéria linda do NYT sobre cachaça. Onde se vê que a opinião que vêm de fora é mais entusiasta sobre o assunto do que vemos por aqui. 





E mais um ponto pra Diageo, momento estratégico pra chamar atenção do mundo pra nossa cultura.